A sensação que tivemos ao cruzar as portas de Yellowstone
foi a de estar a entrar num gigante parque de diversões feito pela natureza.
Era como se tivéssemos sido acolhidos pela floresta imensa e pudéssemos encontrar
motivos para sorrir em cada pedaço de paisagem.
Se voltar a ser criança tem disto de nos deixarmos
maravilhar por tudo o que aparece, então aqui é um dos lugares perfeitos para
voltar a ter 5 anos e ver tudo com aquela curiosidade imensa de quem é gaiato e
tem deslumbramento fácil! Tudo se contempla pela primeira vez… Alguns desses
olhares serão únicos e derradeiros. Uma vez… Uma primeira vez que fica para
sempre!
Chegámos ao parque numa altura do ano em que a enchente de turistas
de julho e agosto já tinha passado. Por ser final de setembro, já alguns dos
serviços estavam fechados ou fecharam entretanto.
Escolhemos ver o lado sul e central de Yellowstone.
Entrámos por West Yellowstone, que é uma cidade
totalmente turística, com pouco para ver e pedalámos até Madisson.
O parque
de campismo estava cheio desde cedo mas havia um espaço reservado a caminhantes
e ciclistas onde cabe sempre mais um! Temos encontrado esta opção nos parques
de campismo dos EUA. Normalmente os preços são mais económicos e acabamos
sempre por encontrar outros viajantes com quem trocamos experiências e dicas.
Deixámos a tenda e a bagagem em Madisson e, no dia seguinte,
fomos para sul até Old Faithful. Levámos as bicicletas e ao todo fizemos perto
de 60 km (ida e volta). Fomos num ritmo relaxado e fazendo paragens nas várias áreas
com atividade vulcânica. Lagos de água quente com cores alucinantes, fumarolas
e geysers foram-nos impressionando mais e mais ao longo do caminho. A natureza
é criadora de cenários fenomenais!
Ao chegar a Old Faithful, onde se encontra o geyser mais
conhecido de Yellowstone, fomos ver a que horas se previa que entrasse em
erupção. Isto porque o “velhinho fiel” costuma lançar os seus vapores quentes para
o céu de 80 em 80 minutos (mais coisa menos coisa). Ao redor do geyser estão
bancos corridos onde uma multidão de gente se acumula para apreciar este
espetáculo natural!
Depois de Madisson, seguimos para Norris. Foi um dia puxado,
sempre a subir, mas com belas paisagens para admirar pelo caminho.
É interessante pensar e lembrar que estamos a passear sobre
a cratera de um dos maiores vulcões do mundo e que a atividade vulcânica está
sempre a acontecer e a provocar alterações na paisagem (por pequenas que
sejam). Em alguns dos lugares, surgia o lembrete: “A mudança é a única
constante”. Quer isso dizer que o que vemos hoje não é igual ao que outros viajantes
viram há algumas décadas e que, no futuro breve, também haverá alterações para
contemplar. E o que é mais fascinante é pensar que nada disto está nas mãos
humanas mas sim nos desígnios da natureza.
“Espera o inesperado”, dizia noutro painel. Tudo pode mudar
em pequenos instantes!
A próxima paragem foi em Norris, onde existe outra bacia com
atividade vulcânica. Tirámos um dia para passear por lá… As sensações são
muitas. Desde o cheiro a enxofre (ou ovos podres), às cores fantásticas criadas
pelas bactérias e outros organismos, ao calor do vapor que sai da terra e ao
som da água que constantemente ferve… Cada estímulo prende a nossa atenção e
quase todos nos fazem cair o queixo de admiração.
De Norris, seguimos para Lake Village passando por uma das
paisagens mais fotografadas de Yellowstone – o Grand Canyon de Yellowstone. Com
o rio lá em baixo, as duas cascatas fabulosas, as encostas amareladas a erguerem-se
na robustez da rocha e o arco-irís por entre as gotas de água… Tudo tão bem
desenhado que por momentos não parece real. Mas é!
Tão real que emociona. Pede contemplação.
De volta à estrada, a surpresa é o único aspeto que persiste.
Seguimos para o lago Yellowstone e, quase a chegar, a cortina de árvores
abre-se e mostra o lago e as montanhas pintadas ao fundo. É um daqueles instantes:
“Uau! De onde é que isto apareceu?!”.
O lago é tão grande que por momentos parece que chegámos à
costa e estamos a ver o mar calmo e sereno. Tivemos o deleite de chegar ao
final da tarde, com uma lua cheia linda e imensa, redonda, a nascer no momento
do crepúsculo. Que cores e que imagem encantada!
Depois de tudo isto e tanto mais, chegou o dia de deixar o
parque… Ficou aquela vontade de regressar, outro dia. Quem sabe, para fazer os muitos
trilhos, caminhando e de mochila às costas. Tudo é possível!
Estar em Yellowstone foi até agora um dos pontos altos da
viagem. Nenhuma palavra que possamos escrever consegue contar o impacto que
teve em nós. Dá vontade de dizer, planeiem a vossa visita o quanto antes porque
é preciso sentir e viver este lugar, aqui, no centro do vulcão.
Hello Daniela and Tiago
ResponderEliminarI am very happy to see that you decided to go for a longer time with the bikes !
ENJOY :)
david
Thank you, David!! ;)
EliminarWhat about your trip? Where are you now?
Cheers!! :)
Daniela e Tiago,
ResponderEliminarSempre que leio as vossas crónicas e aprecio as fotos que partilham, mais vos admiro e tomo consciência da minha pequenez comparativa por ter que gozar esses momentos através de vocês - Obrigado pela boleia!!...espero continuarmos a viagem, sempre com o mesmo espírito.
Forte abraço e votos para que "continuemos" a desfrutar cada milha até à "meta" com o gozo e prazer que têm caracterizado as milhas já percorridas.
João Matias
Que bom, João!!
EliminarPara nós é fantástico e reconfortante receber essas palavras. :)
Adoramos "dar boleia"!! eheheh
Forte abraço!!