9 de agosto de 2015

Saímos do parque de campismo de Kerkeslin e pouco depois começámos a rolar ao lado do rio Sunwatpa, um afluente do Athabasca que nos acompanhou até aqui.
Os montes sem fim, das Rockies, continuam a deslumbrar-nos e paramos frequentemente para lhes tirar fotografias.



Numa dessas paragens, passou por nós um casal que tínhamos conhecido no parque. Pararam e tiraram fotos connosco. Eles vivem no Arizona (EUA) e estão reformados. Estão a fazer uma viagem de caravana, durante vários meses e vão parando em alguns locais onde o Jeff participa em provas de corrida. Ele só começou a praticar desporto há 15 anos (para emagrecer) mas é um verdadeiro atleta que corre maratonas!! Também gosta de bicicleta e ficou super entusiasmado com a nossa viagem.



Terminámos o encontro com um convite para passarmos no Arizona, com a promessa de uma visita guiada ao Grand Canyon. Quem sabe! Vontade não nos faltará.
Continuámos a viagem em direção aos glaciares, para chegar ao Columbia Icefield.
Já estamos a apanhar umas boas subidas e, por isso, a sentir necessidade de moderar as distâncias que percorremos por dia.
Tínhamos planeado ficar no parque de campismo de Jonas Creek mas sentíamo-nos com energia e resolvemos avançar mais um pouco para ficar no hostel de Beauty Creek.
Ao longo do caminho fomos alimentando a expetativa de um duche quentinho e uma casa de banho com autoclismo e lavatório (que, com frequência não existem nos parques de campismo por onde temos passado, pelo que andamos a dever uns banhos ao corpinho).
Assim, estas condições e uma cama normal seriam os luxos desta noite. Contudo, a nossa expetativa não foi atingida… Afinal este hostel pertence à rede dos Wilderness Hostel, os hosteis da natureza selvagem, e dispõe de muito poucos equipamentos para os hóspedes.
Este em particular tinha 3 quartos (camarata) e uma cozinha. As casas de banho eram duas sanitas químicas (tipo festival) que ficavam à beira da estrada e eram usadas quer pelos hóspedes do hostel, quer por toda e qualquer pessoa que ali parasse!!
Duches não existiam e eletricidade também não. Todas as lâmpadas, aquecimento e fogão funcionavam a gás. Também não havia canalização, pelo que toda a gestão da água se fazia de forma racionalizada, usando contentores e baldes. A água potável era usada para cozinhar e beber. Para lavar a loiça, usava-se a água do rio que corria ali mesmo ao lado (depois de fervida).
Por estas condições, pagámos aproximadamente 20€, cada um!!
Como bónus, ainda tivemos a visita de um pequeno rato durante o jantar.





Tentámos saber junto do gerente do hostel qual era a previsão meteorológica para os dias seguintes. Ao que nos respondeu que não sabia, pois na “natureza salvagem” também não há sinal de rádio. Por isso só no dia seguinte é que íamos perceber. E mesmo assim, não seria garantido pois, como também nós já percebemos, o tempo nas montanhas muda muito rapidamente. Até podemos amanhecer com sol e dali a algumas horas, chove a cântaros.
E assim estamos, a viver verdadeiramente em contacto com a Natureza, sem sinal de rádio, rede de telemóvel, internet, duche quente ou mesmo autoclismo. E tudo isto num país do hemisfério norte.
Wilderness – todo um novo conceito para nós!


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