Saímos de Saltillo e tomámos a
direção de Arteaga. O plano consistia em apanhar a auto-estrada 57 e pedir
permissão para acampar num restaurante junto à saída para Los Lírios. E, de facto, podia
ter sido isso que faríamos se não tivéssemos conhecido o Hector, à saída de
Arteaga!
Entre dois dedos de conversa,
depressa criámos empatia e, depois de ouvir os nossos planos, este simpático mexicano
conseguiu que uma amiga sua nos deixasse acampar num aldeamento turístico onde
estava a construir uma casa. Era bem próximo do lugar para onde planeávamos ir. Assim, seguimos pelas subidas e curvas da auto-estrada até à saída para onde íamos ficar. Pacientes, o Hector e a Dulce iam-nos esperando, de
carro, nos pontos onde tínhamos de mudar de direção.
Chegados a El Diamante, fomos
apresentados aos caseiros do aldeamento, a Santos e o Bernardo. Este casal surpreendeu-se
com a nossa epopeia e, para além de nos fazer um delicioso jantar, ainda nos
ofereceu dormida numa das cabanas do aldeamento. Segundo eles se ficássemos na
tenda, congelávamos com o frio que fazia de noite!
Da direita para a esquerda: Santos, Bernardo, Hector e Dulce |
Huevos Rancheros com Frijoles |
Cabana onde ficámos |
Na manhã seguinte, fizemo-nos à
estrada, continuando a travessia da Serra de Arteaga e tomando a direção do
Parque Nacional dos Cumbres de Monterrey. Levámos connosco a recomendação para
pedir alojamento em Los Lírios, na casa da Flor e do Gabriel, familiares dos
caseiros que nos acolheram em El Diamante. Assim fizemos e fomos recebidos com
muito carinho, para além de desfrutarmos de maravilhosas refeições caseiras!
Descansámos muito bem e
preparámo-nos para começar a subir a sério… Até San Jose de Boquilhas o caminho ainda foi meigo connosco mas depois desta localidade, “escalámos” o pedaço de
estrada que atravessa La Peñita. Avançámos bem devagar, a empurrar as
bicicletas à mão pela encosta acima!
Vale que tudo tem um fim e aquela
subida também terminava. Respirámos de alívio e desfrutámos da grande descida
até Ciénega de Gonzalez. Para além do deleite da descida, ainda nos regalámos a
contemplar a maravilhosa paisagem montanhosa e o gigantesco Canyon de San
Isidro. Um lugar maravilhoso, muito cobiçado por amantes de desportos radicais
e, especialmente, por escaladores. Há algumas pessoas que vêm propositadamente
dos EUA para escalar aqui.
Com tanta procura, existe oferta
de alojamento para todos os gostos. Na Ciénega de Gonzalez acabámos por ficar
num parque de campismo – La Aldea. O preço pareceu-nos um pouco inflacionado,
100 pesos por pessoa, mas as condições eram boas.
Para quem venha para estes lados,
existe outra opção de campismo mais barata, a Doña Kika. Uma senhora que tem
uma mercearia com um terreno ao lado, onde se pode acampar. É bastante popular
entre os escaladores mas não sabemos quais são as condições das casas de banho
e restantes instalações de apoio.
Esta povoação tem pouco que ver. Resume-se
a algumas casas e muita oferta de serviços para turistas…
Daqui até à Villa de Santiago são
pouco mais de 20 quilómetros. Começa por subir uns bons 8 quilómetros e, em
seguida, desce vertiginosamente com inclinações de mais de 20%.
Decididamente não recomendamos fazer esta estrada, de bicicleta carregada, no sentido Santiago – Saltillo. É bem difícil!
Decididamente não recomendamos fazer esta estrada, de bicicleta carregada, no sentido Santiago – Saltillo. É bem difícil!
Antes de chegar a Santiago,
passámos pelo parque da Cola de Caballo e fomos visitar a cascata. A entrada
custa 40 pesos mas vale a pena. É um lugar bonito que convida a passar
o dia pois, para além da cascata, tem mesas e assadores para uns churrascos em família
ou com amigos.
Dalí, chegámos rapidamente a
Santiago que é uma vila muito bonita, ao estilo colonial. A oferta de
alojamento é escassa e pouco económica. Tivemos sorte em encontrar a Posada de
Colores, na Praça Hidalgo. É um hotel recente, uma antiga escola remodelada
pela Mariana e pelo Armando um casal jovem e agradável. A oferta é flexível pois
dispõe desde quartos com wc (mais caros) a camaratas (a um valor mais comedido).
Optámos pelas camaratas, a 250 pesos por pessoa. (Deixamos a nota de que foi
este mesmo valor que nos pediram no parque de campismo da cidade, quando os
contactámos por telefone!!)
Ficámos um dia em Santiago,
aproveitando para visitar o centro e descansar um pouco. Terminamos o post com
algumas fotos deste “Pueblo mágico”, assim designado pelas suais
características e história.
Amigos,
ResponderEliminarquando vos venho visitar e paro para saborear as fotos que publicam e a prosa com que nos brindam, vivo invariavelmente uma explosão de sentimentos, projecções, ideias, afectos,... misturados entre os alegres/felizes e os de raiva (feliz, porque são amigos meus que estão a viver esta inesquecível experiência, repleta de outras pequenas experiências únicas e que dificilmente se irão repetir, de Raiva, porque nunca contrariei que o meu comodismo e cobardia quebrasse o establishment social e o "senso comum" que atrofia e inibe vivermos os nossos sonhos (este de uma viagem como a vossa, sei que não tem sido só meu, tem sido de milhões de outros, mas apenas uns escassos LOUCOS os tornam realidade.
...Meus Loucos queridos, amo-vos na coragem, no empenho, na simplicidade e no requinte como estão a viver estes momentos..
..continuem a pedalar na velocidade, pelas estradas e pela vida sem perderem a atitude que vos caracteriza
Aquele abraço..
Joao Matias