A viagem começou no dia 19 de outubro.
Devidamente equipados e com as bicicletas "artilhadas", com alforges e tenda, saímos de casa (Lisboa) para pedalar até Odeceixe. Sentimos uma certa adrenalina e um estado geral de contentamento por nos desafiarmos a fazer a nossa primeira longa viagem a pedal - 431 km, ida e volta.
Foi um pequeno teste para perceber como nos guiamos pelo mapa de estradas, como reagimos a pedalar mais de 50 km por dia e como nos desenvencilhamos quando chove!
Dia 1
Devidamente equipados e com as bicicletas "artilhadas", com alforges e tenda, saímos de casa (Lisboa) para pedalar até Odeceixe. Sentimos uma certa adrenalina e um estado geral de contentamento por nos desafiarmos a fazer a nossa primeira longa viagem a pedal - 431 km, ida e volta.
Foi um pequeno teste para perceber como nos guiamos pelo mapa de estradas, como reagimos a pedalar mais de 50 km por dia e como nos desenvencilhamos quando chove!
Dia 1
No primeiro
dia fizemos 39 km, de Lisboa a Setúbal. Foi o aquecimento!
Apanhámos o barco para o Barreiro, no Terreiro do Paço. Os bilhetes custam 2,90€ por pessoa e as bikes não pagam (gostámos desta parte!).
Chegados ao Barreiro, seguimos sempre em direção à Moita. Era sábado de manhã e havia algum movimento na estrada. A maior parte dos carros e sobretudo os camiões dão o devido espaço nas ultrapassagens, mas há sempre uns quantos motoristas que ainda não cumprem esta regra...
De qualquer modo, a viagem foi tranquila. O grande desafio foi mesmo a subida para a Palmela, pequena mas inclinada no final (com 14%). Depois deste teste à força de pernas veio a bênção "sempre a descer" até Setúbal.
Apanhámos o barco para o Barreiro, no Terreiro do Paço. Os bilhetes custam 2,90€ por pessoa e as bikes não pagam (gostámos desta parte!).
Chegados ao Barreiro, seguimos sempre em direção à Moita. Era sábado de manhã e havia algum movimento na estrada. A maior parte dos carros e sobretudo os camiões dão o devido espaço nas ultrapassagens, mas há sempre uns quantos motoristas que ainda não cumprem esta regra...
De qualquer modo, a viagem foi tranquila. O grande desafio foi mesmo a subida para a Palmela, pequena mas inclinada no final (com 14%). Depois deste teste à força de pernas veio a bênção "sempre a descer" até Setúbal.
Em Palmela, depois da subida |
Foi bom chegar e conhecer o hostel onde ficámos hospedados - "Cool Hostel". É bem perto do centro, tem excelentes instalações (ainda cheira a novo) e o pessoal é muito simpático. Passo a passo lá fomos levando bagagens e bicicletas no elevador até ao 4.º andar, instalámo-nos e recuperámos forças para o dia seguinte.
Dia 2
De Setúbal até à Lagoa de Santo André.
De manhã cedo fomos para ao porto e atravessámos o rio Sado no ferry que liga Setúbal a Tróia.
No barco de Setúbal para Tróia |
No barco, conhecemos os primeiros cicloturistas da viagem - a Marie e o Arnaud
- um casal belga que iniciou a pedalada em Bruxelas, há 3 meses. O plano deles é
seguir até Sevilha e depois, no sul de Espanha, apanhar um barco para o Brasil.
Deixámo-los em Tróia, pois a bicicleta da Marie tinha um furo e ainda iam tomar
o pequeno almoço. (Viríamos a encontrá-los dois dias mais tarde em Vila Nova de
Milfontes!)
Seguimos pela estrada de Tróia até à Comporta que é plana e agradável. Cruzámo-nos com muitos ciclistas e apanhamos um domingo relativamente quente e soalheiro.
Depois de 55 km chegámos ao parque de campismo da Lagoa de Santo André. "Armámos a barraca", tomámos uns duches quentinhos e fomos jantar.
No parque de campismo só estava a nossa tenda, os restantes campistas estavam de caravana!
Seguimos pela estrada de Tróia até à Comporta que é plana e agradável. Cruzámo-nos com muitos ciclistas e apanhamos um domingo relativamente quente e soalheiro.
Depois de 55 km chegámos ao parque de campismo da Lagoa de Santo André. "Armámos a barraca", tomámos uns duches quentinhos e fomos jantar.
No parque de campismo só estava a nossa tenda, os restantes campistas estavam de caravana!
A caminho da Lagoa de Sto André |
Parque de Campismo da Lagoa de Sto André |
Dia 3
Da Lagoa de Santo André para Vila Nova de Milfontes.
Ajudou-nos a
dica do senhor que trabalhava na receção do parque de campismo sobre o melhor
caminho para chegar a Milfontes.
A partir de Vila Nova de Santo André, há uma espécie de IC com obras ainda por acabar e que permite seguir de bicicleta pela berma, que é larga e dá uma boa sensação de segurança.
A partir de Vila Nova de Santo André, há uma espécie de IC com obras ainda por acabar e que permite seguir de bicicleta pela berma, que é larga e dá uma boa sensação de segurança.
Vamos por
aqui até Sines e vemos muitos ciclistas de estrada a quem cumprimentamos e
acenamos!
Estrada para Sines |
Neste dia o
vento de frente não nos largou. Foi uma boa prova de esforço, pedalámos o dia
todo com a resistência do vento contra e com uma barulheira infernal nos ouvidos.
Em São
Torpes, parámos para descansar e almoçar numa tasquinha à beira-mar na
companhia dos trabalhadores da refinaria de Sines. Enquanto comíamos passaram
por nós mais dois ciclo-viajantes, dois rapazes que seguiam em direção a Norte.
Surpreendeu-nos o facto de um deles pedalar descalço e de chapéu na cabeça
(como é que o chapéu se mantinha ali com aquela ventania?!)! :)
Depois de
almoço, pedalar custa sempre mais mas lá fomos pela bonita estrada das praias que
segue para Porto Covo. Por momentos quase que nos esquecemos do vento com a
possibilidade de contemplar esta paisagem tão bonita!
São Torpes |
Estrada para Porto Covo |
Estrada para Porto Covo |
Dia 4
De Milfontes
a Odeceixe, cerca de 45 km.
Partimos
pelas 8h para conseguirmos chegar a Odeceixe de manhã e nos livrarmos da chuva
prevista para a tarde. E assim foi! Chegámos a tempo de almoçar em Odeceixe.
Foi bom chegar e sentir que metade do desafio já estava cumprido!
Foi a
primeira vez que estivemos em Odeceixe, por isso aproveitámos para ficar de quarta
a sábado e visitar a vila e a praia que são lugares muito bonitos.
Foram uns
dias de passeios lentos, visita à praia, contemplação da grande chuvada que
caiu (agradecendo por nos livrarmos dela) e reposição de novas energias para
voltar à estrada.
Odeceixe |
Praia de Odeceixe |
Praia de Odeceixe |
Ficámos no Hostel
Seixe, um sítio familiar e simpático no centro da vila. Fomos acolhidos pelo
Matias, um alemão que se mudou para Portugal, e que nos deu umas dicas
simpáticas para passearmos pela zona.
Quando quisemos
comprar um jornal e umas revistas, ficámos a saber que o poderíamos fazer... a
8 km dali! E aí fomos nós até Rogil. No regresso passamos por umas estradinhas agrícolas
muito bonitas.
Dia 5
Dia de rumar
a norte, para Milfontes e iniciar o regresso a casa.
Desta vez
decidimos avançar mais um pouco para encurtar a etapa do dia seguinte e
pedalámos até ao Parque de Campismo Sitava (que fica uns 10 km depois de
Milfontes).
Gostámos
muito das condições do parque e, em época baixa, tem preços bem baratinhos.
Chegámos
cedo, ao inicio da tarde, o que nos permitiu ainda piquenicar na praia do
Malhão sem apanhar muito frio.
Parque de Campismo Sitava |
Praia do Malhão |
Praia do Malhão |
Dia 6
De Vila Nova
de Milfontes até à Lagoa de Santo André.
Desta vez
sem vento e com um dia que parecia de Verão! Neste dia mudou a hora e, por
isso, conseguimos chegar a Vila Nova de Santo André antes do meio-dia. Fizemos
um almoço improvisado, com coisas que comprámos no supermercado, e num
instantinho chegámos ao Parque de Campismo da Lagoa de Santo André.
Um pouco
depois de nós chegaram mais três cicloturistas (pai, mãe e filho). Eram
canadianos e muito simpáticos. Os pais estavam na casa dos 60 anos e o filho
tinha 18. Iniciaram a pedalada em Amesterdão e estavam em viagem há quase dois
meses. Umas vezes seguiam de bicicleta e outras de comboio (para evitar o mau
tempo e conseguirem "encurtar distâncias").
Os pais eram
viajantes experientes e o pai já tinha feito uma espécie de volta ao mundo de
bicicleta!!
Adorámos
falar com eles.
A caminho da Lagoa de Santo André |
Dia 7
Dia de
acordar cedo! Mas por mais cedo que acordemos somos sempre muito lentos a
preparar as coisas para começar a pedalar...
Contudo, ao
que nos pareceu, os canadianos eram ainda mais lentos que nós a "levantar
acampamento"! ;) Fomos dizer-lhes adeus e desejar-lhes boa viagem para
Sul!
Dissemos-lhes
que talvez conseguíssemos chegar hoje a casa, se nos sentíssemos com energia e
o tempo ajudasse.
Neste
momento o pai disse-nos "You know, you don't have to go home"! :) E
nós sabíamos mesmo.
As viagens
são algo que vicia, a seguir a cada uma
apetece fazer outra. E as viagens de bicicleta têm um gosto especial. O ritmo é
tranquilo, o tempo passa devagar e as histórias vão-se acumulando mesmo que os passeios
sejam curtos como este que fizemos pela Costa Vicentina.
Acabámos por
chegar neste dia a Lisboa, a casa, depois de 90 km pedalados.
Apanhámos
por um triz o barco em Tróia, almoçámos em Setúbal, encontrámo-nos com a chuva
na subida para Palmela, aguentámos o desconforto e o cansaço e... chegámos!
Barco de Tróia para Setúbal |
À espera do Barco no Barreiro |
Não tínhamos
de voltar para casa! Nós sabíamos mas voltámos. Cheios de alegria e já a pensar
na próxima viagem de preparação para a América a Pedal.
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