2 de outubro de 2015

A sensação que tivemos ao cruzar as portas de Yellowstone foi a de estar a entrar num gigante parque de diversões feito pela natureza. Era como se tivéssemos sido acolhidos pela floresta imensa e pudéssemos encontrar motivos para sorrir em cada pedaço de paisagem.
Se voltar a ser criança tem disto de nos deixarmos maravilhar por tudo o que aparece, então aqui é um dos lugares perfeitos para voltar a ter 5 anos e ver tudo com aquela curiosidade imensa de quem é gaiato e tem deslumbramento fácil! Tudo se contempla pela primeira vez… Alguns desses olhares serão únicos e derradeiros. Uma vez… Uma primeira vez que fica para sempre!

Chegámos ao parque numa altura do ano em que a enchente de turistas de julho e agosto já tinha passado. Por ser final de setembro, já alguns dos serviços estavam fechados ou fecharam entretanto.
Escolhemos ver o lado sul e central de Yellowstone.

Entrámos por West Yellowstone, que é uma cidade totalmente turística, com pouco para ver e pedalámos até Madisson. 



O parque de campismo estava cheio desde cedo mas havia um espaço reservado a caminhantes e ciclistas onde cabe sempre mais um! Temos encontrado esta opção nos parques de campismo dos EUA. Normalmente os preços são mais económicos e acabamos sempre por encontrar outros viajantes com quem trocamos experiências e dicas.

Deixámos a tenda e a bagagem em Madisson e, no dia seguinte, fomos para sul até Old Faithful. Levámos as bicicletas e ao todo fizemos perto de 60 km (ida e volta). Fomos num ritmo relaxado e fazendo paragens nas várias áreas com atividade vulcânica. Lagos de água quente com cores alucinantes, fumarolas e geysers foram-nos impressionando mais e mais ao longo do caminho. A natureza é criadora de cenários fenomenais!







Ao chegar a Old Faithful, onde se encontra o geyser mais conhecido de Yellowstone, fomos ver a que horas se previa que entrasse em erupção. Isto porque o “velhinho fiel” costuma lançar os seus vapores quentes para o céu de 80 em 80 minutos (mais coisa menos coisa). Ao redor do geyser estão bancos corridos onde uma multidão de gente se acumula para apreciar este espetáculo natural!  







Depois de Madisson, seguimos para Norris. Foi um dia puxado, sempre a subir, mas com belas paisagens para admirar pelo caminho.

É interessante pensar e lembrar que estamos a passear sobre a cratera de um dos maiores vulcões do mundo e que a atividade vulcânica está sempre a acontecer e a provocar alterações na paisagem (por pequenas que sejam). Em alguns dos lugares, surgia o lembrete: “A mudança é a única constante”. Quer isso dizer que o que vemos hoje não é igual ao que outros viajantes viram há algumas décadas e que, no futuro breve, também haverá alterações para contemplar. E o que é mais fascinante é pensar que nada disto está nas mãos humanas mas sim nos desígnios da natureza.

“Espera o inesperado”, dizia noutro painel. Tudo pode mudar em pequenos instantes!

A próxima paragem foi em Norris, onde existe outra bacia com atividade vulcânica. Tirámos um dia para passear por lá… As sensações são muitas. Desde o cheiro a enxofre (ou ovos podres), às cores fantásticas criadas pelas bactérias e outros organismos, ao calor do vapor que sai da terra e ao som da água que constantemente ferve… Cada estímulo prende a nossa atenção e quase todos nos fazem cair o queixo de admiração.




De Norris, seguimos para Lake Village passando por uma das paisagens mais fotografadas de Yellowstone – o Grand Canyon de Yellowstone. Com o rio lá em baixo, as duas cascatas fabulosas, as encostas amareladas a erguerem-se na robustez da rocha e o arco-irís por entre as gotas de água… Tudo tão bem desenhado que por momentos não parece real. Mas é!
Tão real que emociona. Pede contemplação.



De volta à estrada, a surpresa é o único aspeto que persiste. Seguimos para o lago Yellowstone e, quase a chegar, a cortina de árvores abre-se e mostra o lago e as montanhas pintadas ao fundo. É um daqueles instantes: “Uau! De onde é que isto apareceu?!”.



O lago é tão grande que por momentos parece que chegámos à costa e estamos a ver o mar calmo e sereno. Tivemos o deleite de chegar ao final da tarde, com uma lua cheia linda e imensa, redonda, a nascer no momento do crepúsculo. Que cores e que imagem encantada!



Depois de tudo isto e tanto mais, chegou o dia de deixar o parque… Ficou aquela vontade de regressar, outro dia. Quem sabe, para fazer os muitos trilhos, caminhando e de mochila às costas. Tudo é possível!


Estar em Yellowstone foi até agora um dos pontos altos da viagem. Nenhuma palavra que possamos escrever consegue contar o impacto que teve em nós. Dá vontade de dizer, planeiem a vossa visita o quanto antes porque é preciso sentir e viver este lugar, aqui, no centro do vulcão.  


4 comentários:

  1. Hello Daniela and Tiago
    I am very happy to see that you decided to go for a longer time with the bikes !
    ENJOY :)

    david

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    1. Thank you, David!! ;)
      What about your trip? Where are you now?
      Cheers!! :)

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  2. Daniela e Tiago,
    Sempre que leio as vossas crónicas e aprecio as fotos que partilham, mais vos admiro e tomo consciência da minha pequenez comparativa por ter que gozar esses momentos através de vocês - Obrigado pela boleia!!...espero continuarmos a viagem, sempre com o mesmo espírito.
    Forte abraço e votos para que "continuemos" a desfrutar cada milha até à "meta" com o gozo e prazer que têm caracterizado as milhas já percorridas.

    João Matias

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    1. Que bom, João!!
      Para nós é fantástico e reconfortante receber essas palavras. :)
      Adoramos "dar boleia"!! eheheh
      Forte abraço!!

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